Das adolescentes e seus ídolos
Também já fui adolescente e já tive os meus ídolos pop. Já faltei às aulas para ver os rapazes da extinta boys band, Excesso (O Gonzo preenchia as minhas medidas de teenager). No entanto, se em qualquer altura pedisse aos meus pais que alinhassem nesses meus delírios de pita, tenho certeza que a probabilidade de haver alguma memória remota do Gonzo, João Portugal, Duck, Melão e Carlos seria nula.
Acabo de ver, no Telejornal da RTP1, uma reportagem sobre um grupo de miúdas que viajaram até Luxemburgo, para ver os Tokio Hotel. Outros tempos, dirão.
A viagem de avião é feita num ambiente de histerismo e nervosismo e uma até começa a sentir-se mal no avião, tamanha é a ansiedade de ver os 4 meninos. Exibem dedicatórias em almofadas com forma de coração, entoam as canções e uma declara que o seu maior sonho é casar com o Bill. Para quem não conhece, eis o Bill e sim, é um rapaz.
Na batalha de mostrar quem é a maior fã, eis que aparece uma mãe com a sua cria. Esta mostra, cheia de orgulho, a tatuagem que ocupa as costas da adolescente e acrescenta "quando voltarmos, ela vai fazer uma no braço com o autógrafo do Bill".
Daqui a nada, elas crescem e estas aventuras serão apenas isso, aventuras. Por isso, é aos pais que cabe a tarefa de certificar que estas aventuras não extrapolem o ténue limite entre aventura e trauma.