quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Amante de Lady Chatterley

Género: Romance
Título original: Lady Chatterley's Lover
Autor: David H. Lawrence
Sinopse: Escrito em 1926 e 1927 e proibido em 1928, O Amante de Lady Chatterley é um romance belo e terno que reflecte uma visão ingénua e lírica da vida.
Qualificado como romance obsceno por uma sociedade envergonhada e preconceituosa, O Amante de Lady Chatterley é uma obra honesta sobre a necessidade da fusão física e espiritual entre aqueles que estão intimamente ligados. (in, Wook).


Constance Reid (Connie) casa-se com Clifford Chatterley e ganha o título de Lady Chatterley. Ainda o casamento dava os seus primeiros passos, Clifford fica paralisado da cintura para baixo, como consequência de um ferimento de guerra. O matrimónio é mantido e o casal serve-se da vida social para manter as falsas aparências quanto à sua felicidade.
Connie, ingénua e sonhadora nas palavras de Clifford, não consegue suportar muito tempo esta vida e acaba por apaixonar-se e entregar-se a Mellors, o guarda-caças do marido.

Este romance, muito controverso no seu tempo, é uma forte crítica à sociedade inglesa da altura e uma ode ao amor, sensualidade e sexualidade. Aborda o tema da diferença entre classes e os entraves ao amor entre uma dama da sociedade e um homem da classe trabalhadora.
Através das histórias de Connie, Clifford e Mellors, Laurence questiona a coexistência entre o amor e o sexo. Será sempre necessário escolher entre amar alguém pelo que é e contentar-se com o sexo suportável, a premissa da alta sociedade na maioria dos casos, ou amar o sexo com alguém, embora a personalidade não seja a melhor?

Os encontros escaldantes entre Connie e Mellors são descritos recorrendo ao uso de linguagem obscena. A revolução industrial, o apego das pessoas ao dinheiro e o conflito entre as classes sociais são algumas das críticas de Laurence à sociedade inglesa.
Se os homens usassem calças vermelhas, como eu costumo dizer, não pensariam tanto no dinheiro. Podiam dançar e saltar e cantar, pavonear-se, ser elegantes e precisariam de pouco dinheiro. E poderiam divertir as mulheres e as mulheres poderiam diverti-los. (...) Esta é a única solução para o problema industrial: treinar as pessoas para conseguirem viver, e viver bem, sem necessidade de gastar. Mas é impossível.

No livro Alva, de Miguel Urbano Rodrigues, há várias referências a este livro. Pedro pede a Alva que o leia, para perceber o seu jogo de nomear partes do corpo dela. Acho interessante fazer a corrente de livros mencionados noutros livros.
É o primeiro livro de Laurence que leio e gostei.

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