Sobre as recentes declarações de Mário Soares - que afirmou "que Cabo Verde não deveria ter sido independente" ou que o arquipélago "teria muito a ganhar em ter evitado a separação em relação a Portugal" - escreve o lúcido Rony Moreira:
«Mário Soares quando disse que Cabo Verde ganharia se não se tornasse independente., fê-lo impregnado num certo sentimento de derrota, porque conseguimos avançar e só temos o futuro no horizonte. E esta derrota não é sentida só por alguns portugueses que não desejavam a independência de Cabo Verde, é sentida também por alguns cabo-verdianos [órfãos da paternidade lusitana] que estavam a contar com uma desgraça para reivindicar a loucura da independência. Mas graças à coragem de muitos homens e do povo desenvolvemos, marchando contra todas as adversidades — pobreza material e de qualificação profissional — para pouco a pouco construir um Cabo Verde à nossa imagem e sacrifício.»
Não podia estar mais de acordo. Quem conhece o mínimo de história do arquipélago (e não é preciso muito) só tem uma forma de classificar essas afirmações: um perfeito disparate.
Porque Cabo Verde foi Nação muito antes de ser país; e porque não há povo mais orgulhoso da sua condição de independente e livre que o heróico povo destas ilhas.
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