quinta-feira, 4 de março de 2010

A Casa Quieta

Género: Romance
Título original: A Casa Quieta
Autor: Rodrigo Guedes de Carvalho


Sinopse: Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba." (in, Wook).

Salvador, arquitecto, é casado com Mariana, professora. Os dois vivem num casa com três quartos vazios. Não têm filhos. O primeiro tem um irmão doente e mantém um ritual semanal com pai: encontram-se uma vez por semana para almoçar, sempre no mesmo restaurante. Mariana é orfã e tem 2 irmãs que vivem no Canadá com os seus esposos e filhos.
Novembro 2005. Mariana partiu. Salvador está sozinho numa casa quieta.

Repara bem. A vida olhada como uma moeda. Nada de mais redondo, conclusivo, perfeito. Simétrico.
Olha pois. Amacia-a entre os dedos, sente-lhe o peso, avalia as possibilidades.
Escolhe uma face ou deixa que uma face te escolha.

A narrativa começa em Novembro de 2005. O leitor entra numa máquina, com saltos temporais que o transporta até 1985, 1995 e novamente a 2005. O leitor conhece o término das várias histórias, mas falta-lhe conhecer os detalhes, bem como a ordem dos acontecimentos. Cada personagem é, em determinada altura, o narrador da sua história.

Na minha opinião, este não é um livro de fácil leitura. É um torbilhão de pensamentos. Fica-se com a sensação que o autor escreve o que está a pensar, sem estabelecer ordem ou revisão final. É uma leitura refrescante.

Rodrigo Guedes de Carvalho escreve sobre amor, perda, solidão, doença, traição, sofrimento, morte, silêncio, etc.
Esta leitura foi uma excelente surpresa, em parte porque não tinha grandes expectativas em relação à escrita do jornalista. Gostei tanto que já mandei vir o "Mulher em Branco", do mesmo autor.

Se tiverem oportunidade, leiam-no.

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