quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Book@Ouro#1

Título: Lágrimas do Darfur, Halima Bashir e Damien Lewis.
Sinopse: Nascida numa pequena aldeia do Sul do Darfur, no seio de uma família abastada, Halima Bashir - apesar de ter sido vítima de um dos mais bárbaros costumes tribais, a excisão, a que foi submetida com apenas oito anos - viveu uma infância feliz e despreocupada. Graças ao apoio do pai, prosseguiu os estudos e formou-se em Medicina aos 24 anos, no ano em que o conflito étnico ganhou forças.
Longe iam os dias de coexistência pacífica entre Árabes e Africanos; no seu lugar estava agora um mundo de brutalidade, terror e morticínio patrocinado pelo governo sudanês. Quando a escola da aldeia para onde foi transferida em serviço é atacada e crianças entre os 8 e os 13 anos são selvaticamente violadas pelas milícias Janjaweed, enquanto os soldados governamentais impedem as famílias de as socorrerem, Halima denuncia ao mundo tamanho horror.
Este foi o seu delito, pelo qual pagou um preço terrível - foi presa e durante dias torturada e violada, uma táctica comum nesta região, considerada pelas Nações Unidas um crime de guerra e um crime contra a Humanidade. (in, Wook)

Ler um livro sobre factos reais, quando estes são de uma enorme crueldade, não é uma tarefa fácil. Por vezes, falta coragem de terminar aquele parágrafo ou fica-se com um frio na barriga só de pensar como acabará o capítulo. Esta é a história de vida da Halima.
Halima foi uma criança feliz, uma adolescência reverente, uma jovem rebelde e uma mulher justa e cheia de príncipios. Halima sofreu e viu crianças e mulheres sofrerem, na mão dos homens, as piores atrocidades.

(...) Mãos desesperadas agarraram-se a mim e arrastaram-me para dentro do centro de saúde. Quando peguei na primeira rapariga e pousei o seu corpo ensanguntado na cama, senti que me estava a afogar. (...)

(...) Nos momentos mais desesperados, concluía que a vida talvez tivesse tratado melhor os que tinham morrido, pois os vivos têm de viver com as memórias e o trauma no dia-a-dia, até ao fim das suas vidas. Os sobreviventes vivem diariamente com os buracos negros e vazios, antes ocupados pelos pais, pelos irmãos, pelas mães e pelos filhos adorados. (...)

Um livro que deve ser lido por todos.

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