Mostrar mensagens com a etiqueta Ler+. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ler+. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Casa dos Espíritos

Título original: La Casa de los Espíritus
Género: Romance
Autor: Isabel Allende
Ano: 1982

Sinopse: Nesta sua surpreendente obra de estreia, Isabel Allende constrói um universo repleto de espíritos, de personagens multifacetadas e humanas, entre elas Esteban Trueba, o patriarca, que vive obcecado pela terra e pela paixão absoluta pela esposa, que ele sente sempre para lá do seu alcance.
Clara é a matriarca esquiva e misteriosa, dotada de poderes sobrenaturais, que prediz as tragédias da família e estabelece o destino da casa e dos Trueba. Blanca, a sua filha suave e rebelde, nutre um amor pelo filho do capataz do seu pai, o que provoca o desprezo de Esteban, mesmo quando deste amor nasce a neta que ele adora: Alba, uma beleza luminosa e uma mulher ardente e voluntariosa. As paixões da familia Trueba, as suas lutas e segredos desenvolvem-se ao longo de três gerações e de um século de violentas mudanças. Num contexto de revolução e contrarrevolução, a autora dá vida a uma família unida por laços de amor e ódio mais complexos e duradouros que as lealdades políticas que a poderiam separar. (in Wook)

Alba nasceu parada, o que é sinal de boa sorte. A avó Clara procurou nas suas costas e encontrou uma mancha em forma de estrela que caracteriza os seres que nascem capacitados para encontrar a felicidade. "Não há motivo para nos preocuparmos com esta menina. Terá boa sorte e será feliz. Além do mais terá boa pele, porque isso se herda e na minha idade não tenho rugas e nunca me nasceu uma borbulha".
(extracto retirado da pág. 249)

O enredo à volta da "magia", premonições e espíritos. A forma de contar a história com a autora a deixar pequenas pistas e anunciando acontecimentos, criando um misto de suspense e curiosidade. O enquadramento com a revolução Chilena, o golpe de estado e a luta pela justiça social. Três gerações de mulheres especiais: Clara (avó), Blanca (filha) e Alba (neta) acompanhadas ao longo da história pelo trabalhador e ambiciono Esteban Trueba, marido de Clara. O visual excêntrico de Rosa, com os seus cabelos verdes e olhos dourados.

Algumas repetições que tornam a leitura cansativa. Os romances e as histórias de amor são pouco convincentes.
(4/5)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Engano

Título original: Deception
Género: Romance
Autor: Philip Roth
Ano: 1990

Sinopse: No centro de Engano estão dois adúlteros no seu esconderijo. Ele é um escritor americano de meia-idade chamado Philip, que vive em Londres, e ela é uma inglesa culta, inteligente e expressiva, refém de um casamento humilhante ao qual, com trinta e poucos anos, já está nervosamente resignada, ou quase. A ação do livro é feita de diálogos - principalmente conversas entre os amantes antes e depois de fazerem amor. Esses diálogos - acutilantes, ricos, espirituosos, dialéticos - são praticamente tudo o que há neste livro, e não é preciso mais nada. (in Wook)

- Uma das injustiças do adultério, quando se compara quem é amante com quem é cônjuge, é que quem é amante nunca se vê naquela situação chata e desagradável de discutir por causa dos legumes, da torrada que se deixou queimar, do telefonema que não se fez, da exigência demasiada que se faz ou se sofre. Tudo isso, penso eu, são coisas que as pessoas deixam deliberadamente de fora das relações extraconjugais. Estou a generalizar a partir da minha própria experiência, que é muito pouca, quase nenhuma. Mas acho que é isso que as pessoas fazem. Porque se não o fizessem, era um desassossego. A não ser para quem goste de ter dois palcos de conflito doméstico, e de andar de um para o outro. 
(extracto retirado da pág. 130)

Único e original são as palavras de ordem desta obra em que todo o enredo se desenrola através de palavras trocadas entre dois amantes após o coito. Excelentes diálogos. O "confronto" entre as opiniões de um escritor americano e uma inglesa inteligente que, apesar de saber que o marido também não lhe é fiel, mantém um casamento infeliz. As discussões passarem por temas tão opostos como judeus, sexo ou traição A fronteira invisível entre o personagem Philip e o autor Philip Roth?

Em algumas passagens senti dificuldade em atribuir as falas ao emissor correcto. O livro ser tão pequeno que fica-se com vontade que o autor tenha escrito um volume dois com mais páginas, mais diálogos e mais partilhas.
(4/5)

sábado, 12 de julho de 2014

O Jogo do Anjo

Título original: El juego del ángel
Género: Romance
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Ano: 2008

Sinopse: Na Barcelona turbulenta dos anos 20, um jovem escritor obcecado com um amor impossível recebe de um misterioso editor a proposta para escrever um livro como nunca existiu a troco de uma fortuna e, talvez, muito mais. Com deslumbrante estilo e impecável precisão narrativa, o autor de A Sombra do Vento transporta-nos de novo para a Barcelona do Cemitério dos Livros Esquecidos, para nos oferecer uma aventura de intriga, romance e tragédia, através de um labirinto de segredos onde o fascínio pelos livros, a paixão e a amizade se conjugam num relato magistral. (in Wook)

- Este lugar é um mistério. Um santuário. Todos os livros, todos os volumes que vês à tua frente, têm alma. A alma de quem os escreveu, a alma daqueles que os leram e viveram e sonharam com eles. De cada vez que um livro muda de mãos, de cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se mais forte. Neste lugar, os livros de quem já ninguém se lembra, os livros que ficaram perdidos no tempo, vivem para sempre, à espera de chegar às mãos de um novo leitor, de um no espírito....
(extracto retirado da pág. 556)

O encontro e a relação entre o escritor David Martin e o editor Andeas Corelli. Suspense e muito mistério. Personagens interessantes. A possibilidade de revisitar lugares conhecidos como o Cemitério dos Livros Esquecidos ou a Livraria Sampere. As amizades de Martin e Isabella e Martin e Pedro Vidal. Os diálogos entre o mestre Martin e a aprendiz Isabella. Barcelona sobre um manto escuro e sombrio. O desenlace final da história.

Muitas páginas que acabam por produzir pouco contéudo. Voltar aos lugares conhecidos também tem a desvantagem de levar o leitor a repetir experiências, como por exemplo ter de ser confrantoda novamente com os detalhes sobre o funcionamento do Cemitério dos Livros Esquecidos. Em comparação com A Sombra do Vento, o outro livro da trilogia de Zafón que já li, este fica um bocado atrás.
(3/5)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Amor nos Tempos de Cólera

Título original: El amor en los tiempos del cólera
Género: Romance
Autor: Gabriel Garcí­a Márquez
Ano: 1985

Sinopse: Ao longo de quatrocentas páginas vertiginosas, compostas numa espécie de pauta estilística e musical, onde se fundem o fulgor imagístico, o difícil triunfo do amor, as aventuras e desventuras da própria felicidade humana, O Amor nos Tempos de Cólera é um romance que leva o leitor numa aventura encantatória, de uma escrita que não tem imitadores à altura. (in Wook)

Assim que Florentino Ariza colocou os olhos em Fermina Daza, ainda uma adolescente a frequentar o Colégio da Apresentação da Santíssima Virgem e a fazer o percurso casa/escola e escola/casa sempre na companhia da tia, o seu mundo virou às avessas. Tímido por natureza e inferior por classe social e riqueza, Ariza resolveu, ainda assim, mergulhar de cabeça e declarar o seu amor à menina Daza.
O tempo passava sem compromisso assumido, mas Ariza e Daza não paravam de trocar, em absoluto segredo, extensas cartas de amor que transportavam os mais sinceros e inocentes sentimentos.
Quando o pai descobre as transgressões de Fermina faz de um tudo para terminar uma história de amor que não chegou a ver a luz do dia. Conseguirá Lorenzo Daza separar Fermina e Florentino?

Com o decorrer dos anos ambos chegaram, por caminhos diferentes, à conclusão sábia de que não era possível viverem juntos de outra maneira, nem amarem-se de outra maneira: nada neste mundo era mais difícil do que o amor. 
(extracto retirado da pág. 239)

Florentino Ariza, Fermina Daza e Dr. Juvenal Urbino são os três vértices de um triângulo amoroso sobre uma história que tem na sua essência um amor eterno, paciente, corajoso, genuíno, intemporal, sofrido, esperançoso e, mais importante que tudo, sem vencedores e vencidos.

Amor em Tempo de Cólera é uma ode ao romance, respeito, felicidade, velhice e perseverança. Com a sua escrita única e envolvente, o autor não caiu no cliché de separar Fermina e Florentino e obrigar a primeira a passar por um casamento miserável e sofrido, antes pelo contrário. Dr. Juvenal Urbino esteve à altura e, enquanto esteve vivo, foi o amor de Fermina.

51 anos, nove meses e quatro dias foi o tempo exacto que Florentino Ariza esperou para poder ter direito a uma segunda chance com o amor da sua vida, tempo que aproveitou para trabalhar muito e assim poder ser merecedor do amor de Fermina. Agora, mais próximos na escala social e ambos com idade já avançada, os dois "jovens" partem em busca da felicidade adiada.

Gabriel Garcí­a Márquez escreve assim uma obra que serve de reflexão sobre o amor e a velhice, levando o leitor a concluír que o amor não tem idade, que nunca é tarde para tentar e que uma pessoa só está realmente morta para o amor, quando estiver fisicamente morta.
(5/5)

  © Blogger template 'Morning Drink' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP