segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adeus, 2012! Fiquemos antes com...

Alexander Skarsgard, 36 anos...

2012 - A(s) Melhor(es) Leitura(s)

Trilogia Millennium - Os Homens que Odeiam as MulheresA Rapariga que Sonhava com Uma Lata de Gasolina e Um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar, de Stieg Larsson.

Outras leituras de 2012

domingo, 30 de dezembro de 2012

2012 - O(s) Melhor(es) Filme(s)

Cada um à sua maneira, os melhores filmes que vi em 2012 foram The Dark Night Rises (pela acção e também pelo Bane), The Intouchables (pela história) e Drive (pela originalidade e pelo Ryan).

Cafuné

Título original: Cafuné
Género: Romance
Autor: Mário Zambujal
Ano: 2012

Sinopse: Cafuné centra-se na figura de Rodrigo Favinhas Mendes, um bom malandro que não resiste aos encantos femininos e que se torna amigo de um ex-frade, Frei Urbino de Santiago, que acaba por ser o seu conselheiro e zelador espiritual. É que Rodrigo tem um coração gigante onde cabem muitas mulheres bonitas, dispostas a um carinho que ele é incapaz de recusar… (in Wook)

Frei Urbino Santiago é um frade, sujeito a uma educação religiosa muito feroz. Nos dias que correm, vive sozinho após ter abandonado o mosteiro. Rodrigo Favinhas Mendes é um jovem engatatão e que está constantemente a meter-se em sarilhos por causa das mulheres alheias com quem se mete. A fugir de um destes sarilhos, encontra o Frei que convida-o a viver com ele.
Rodrigo Favinhas Mendes não resiste a uma mulher, mas tem um objectivo bem traçado: quer trabalhar, nem que seja por uma semana, na corte da princesa Carlota. Até lá, mulheres como Dália ou Lucrécia farão as delícias do jovem.

- Você gosta mesmo?
- Se gosto? Essa festinha põe-me maluco!
- Cafuné. A gente chama de cafuné.
Rodrigo lembrou-se então das artes de Dália, mestra de cafuné, ignorando que fazia cafuné.
(extracto retirado da pág. 224)

Frei Urbino Santiago representa a castidade e a pureza, o tipo de homem que vira a cara quando vê um decote; Rodrigo Favinhas Mendes é o oposto, um rapaz sem vergonha que não só não tira os olhos do decote como chama a atenção dos outros.

Com a história de Portugal como pano de fundo, através do reinado de D.João IV e toda a sua fuga para o Brasil quando da chegada de Bonaparte, Zambujal tece as histórias de Frei Urbino, Rodrigo Favinhas, aias belas a atrevidas, reis, raínhas e princesas e mulatas brasileiras que também fazem cafuné, mas têm um nome para isso.

Num estilo semelhante ao Crónicas dos Bons Malandros, Zambujal conta não apenas a história de um Frei sem mosteiro e um jovem encantado pelas mulheres, mas também de um reino à beira do colapso e fá-lo através de uma narrativa simples, despretensiosa e cheia de humor.

Embora tenha gostado, continuo a preferir Crónicas dos Bons Malandros.
(3/5)

sábado, 29 de dezembro de 2012

2012 - A(s) Melhor(es) Série(s)

Homeland - Actualmente na Season #2
Parenthood - Actualmente na Season #4
Outras séries como Modern Family, Game of Thrones, Sons of Anarchy, Once Upon a Time ou Shameless US merecem uma menção honrosa este ano.

O Vale das Bonecas

Título original: Valley of the Dolls
Género: Romance
Autor: Jacqueline Susann
Ano: 1966

Sinopse: Anne, Neely e Jennifer são três jovens fortes, independentes e com muita sede de viver. Mas quando os sonhos da vida se despenham contra os rochedos da desilusão , precisam de algumas «bonecas» -comprimidos calmantes, excitantes, ansiolíticos ou opiáceos - para sobreviver…
Anne: ingénua e doce, mas ansiosa por descobrir tudo o que a vida tem para oferecer… Neely: um espírito rebelde. Órfã desde a mais tenra idade, só ambiciona uma coisa na vida - rios de dinheiro! Jennifer: com um corpo de fazer parar o trânsito, este imã sexual só deseja uma coisa - casar e assentar.
Amor, traição, desejo e dependência são retratados em toda a sua crueza neste romance inesquecível, considerado um clássico da literatura norte-americana. (in Wook)

A peça O Céu é o Limite é a responsável por fazer com que o destino das três jovens, com personalidades e passados distintos, se cruzasse. A fugir de uma vida planeada por outros, a perseguir um sonho ou simplesmente à procura de uma vida melhor, Anne, Neely e Jennifer encontraram-se em New York, decorria o ano de 1945.
Menina do interior, Anne Welles deixou Lawrenceville e um casamento arranjado e trabalha agora numa agência que representa alguns dos actores mais famosos da BroadwayNeely O'Hara começa a dar os seus primeiros passos como actriz na Broadway, onde também trabalha a Jennifer North que tem em beleza o que não tem em talento.
A história de três jovens que se fizeram mulheres, em cena de 1945 a 1965.

Anne pegou novamente no guião. Dentro de poucos meses, ele falaria outra vez no assunto, e outra vez a conversa terminaria daquela maneira. Kevin sentia-se culpado por não casar com ela, mas Anne já não se incomodava com isso. Talvez já fosse tarde de mais para pensar em filhos. E um papel assinado não era garantia nenhuma de fidelidade nem de felicidade: bastava pensar em Jennifer. E na coitada da Neely. 
(extracto retirado da pág. 331)

Devido à janela temporal da história, estamos a falar de aproximadamente 20 anos, o leitor tem o privilégio de acompanhar o crescimento ou, muitas vezes, a falta dele, destas três mulheres e poder assim presenciar as várias fases das suas vidas. Do anonimato ao estrelato, as três passam de simples mulheres bonitas à conquista do sonho, a famosas desejáveis e cujas histórias fazem capas ou ocupam as páginas centrais dos jornais e revistas.

Jacqueline Susann criou em Anne, Neely e Jennifer, três mulheres fortes, capazes, apaixonadas, sensíveis e, ao mesmo tempo, frágeis e dependentes. As protagonistas são mulheres capazes de tudo para conquistarem aquilo que querem, mas que estão vulneráveis a dependências como o amor, através da entrega sem limites ao sexo oposto, a beleza, através das dietas e operações plásticas, e as drogas, como solução para esquecer os problemas por umas horas.

A escrita é simples e a leitura fluí naturalmente. Em cada capítulo uma das protagonistas assume o papel de narradora e conta a história no seu ponto de vista. A acção vai decorrendo ao longo dos anos, com passados e segredos a serem desvendados à medida que a narrativa avança.

Uma história doutros tempos, mas que pode muito bem ser aplicada aos dias actuais.
(4/5)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

2012 - O(s) Melhor(es) Momento(s)

Diz-se que a vida é uma sucessão de momentos e o ano que está quase a terminar não pecou nos momentos bons e foi meiga em momentos menos bons. Em forma de retrospectiva, ao olhar para os quase doze meses vividos, torna-se fácil escolher o melhor, ou no caso, os melhores momentos de 2012. Ei-los:

  • Abril: o término da pós-graduação e a sensação de dever cumprido;
  • Setembro: o regresso a casa, o reencontro com a irmã mais nova e todos os minutinhos que passamos juntas;
  • Outubro: a novidade que vou ser tia (desta vez não de sobrinhos emprestados).
Que o melhor de 2012 seja o pior de 2013.

O Amante

Título original: L'Amant
Género: Romance
Autor: Marguerite Duras
Ano: 1984

Sinopse: Saigão, anos 30. Uma bela jovem francesa conhece o elegante filho de um negociante chinês. Deste encontro nasce uma paixão. Ela tem quinze anos e é pobre. Ele tem vinte e sete e é rico. Os amantes, isolados num mundo privado de erotismo e autodescoberta, desafiam as convenções da sociedade. Enquanto ela desperta para a possibilidade de traçar o seu próprio caminho no mundo, para o seu amante não há fuga possível. A separação é inevitável e tragicamente cadenciada pelos últimos acordes da presença colonial francesa a Oriente. A jovem é a própria autora e este é o relato exacerbado de uma paixão inquieta e dilacerante. De tão etérea, a sua realidade gravar-lhe-ia no rosto marcas implacáveis de maturidade. Para o mundo, fica uma obra que contém toda a vida. Obra intemporal, relato de um mundo perdido, O Amante foi vencedor do prestigiado Prémio Goncourt, em 1984, e confirmou o génio literário de Marguerite Duras, nome cimeiro da literatura mundial. (in Wook)

Membro de uma família de colonos falidos da Indochina francesa, a protagonista descobre, aos 15 anos de idade, a paixão e o sexo nos braços de um homem com o dobro da sua idade. Não desfazendo a enorme diferença de idade, este não era o único entrave a esta relação. O objecto da sua repentina paixão é chinês e abastado.
Uma relação que conta com a benção e provação da mãe da jovem, mas sujeita a ser vivida longe dos olhares alheios, tendo apenas espaço para acontecer dentro das quatro paredes do quarto de uma pensão.

Nunca bom dia, boa noite, bom ano. Nunca obrigado. Nunca falar. Nunca necessidade de falar. Tudo fica mudo, longe. É uma família de pedra, petrificada numa espessura sem qualquer acesso. Todos os dias tentamos matar-nos, matar. Não só não falamos como não nos olhamos. A partir do momento em que somos vistos, não podemos olhar. Olhar é ter um movimento de curiosidade para, por, é descer. Nenhuma pessoa olhada vale o olhar sobre ela.
(extracto retirado da pág. 60)

Autobiográfica e ficcional, o foco central deste livro é retratar a história de amor e sexo entre a autora, enquanto adolescente, e um homem mais velho. Para além do tema principal, Marguerite Duras ainda leva-nos a conhecer algumas particularidades da sua família, representada pela mãe e pelos dois irmãos. Com base numa dinâmica familiar estranha, o retrato de família mostra uma relação fria e distante, onde a mãe tende sempre em apoiar o filho mais velho em detrimento dos outros dois.

O livro tem poucas páginas, mas a leitura exige muita atenção devido aos sucessivos avanços e recuos na narrativa. A escrita é, de certa forma, poética, onde não faltam cenas fortes que retratam sentimentos como tristeza ou revolta, e uma boa dose de erotismo, através das cenas em que ela se entrega ao homem por quem está apaixonada e descobre o sexo, a sexualidade e os prazeres do corpo.

Uma leitura para ser saboreada com calma e muita atenção...
(4/5)

Pensamentos sextafeirianos #187

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

The Intouchables (2011)

Philippe: He often hands me the phone, you know why? He just forgets. So you're right. He doesn't really feel any empathy for me (...) I don't give a damn about where he comes from and what he's done.
Philippe (François Cluzet) é um tetraplégico que precisa de ser auxiliado em tudo e está a entrevistar possíveis canditados ao posto de ajudante. Driss (Omar Sy) é um jovem que acaba de cumprir 6 meses de prisão por assalto a uma joalharia. Os dois encontram-se quando Driss aparece na entrevista apenas com o intuito de pedir uma assinatura para provar que anda à procura de emprego.
Assim que entra na sala, a personalidade e o humor com que Driss trata a situação, conquistam Philippe e este é convidado, no dia seguinte, a fazer um periodo experimental de um mês, com direito a um quarto na mansão. E assim começa a relação entre patrão e empregado.

Baseada em factos reais, esta é uma história simples sobre sentimentos nobres como a amizade, o respeito pela diferença e o direito a viver a vida em pleno. Uma improvável relação que não teve só consequências positivas nas vidas de Philippe e Driss, mas em todas as outras pessoas das suas relações.

A química e cumplicidade existentes entre os dois protagonistas, e também entre os restantes personagens do enredo, dão vida às cenas mais simples e conseguem transportar-nos para aquele mundo onde impera uma genuína amizade.
Rimo-nos com o humor (sempre presente), sofremos com a tristeza e sorrimos com os momentos de plena felicidade.

A melhor cena: a dança no final da festa de aniversário de Philippe, não só pela cena isolada, mas por tudo que ela representa para Philippe, Driss e todos os empregados da mansão do aniversariante.

Um filme para aquecer o coração, valorizar as amizades, respeitar as diferenças e aproveitar a vida!
 (8/10)

O Deus das Pequenas Coisas

Título original: The God of Small Things
Género: Romance
Autor: Arundhati Roy
Ano: 1980

Sinopse: "O Deus das Pequenas Coisas" é a história de três gerações de uma família da região de Kerala, no sul da Índia, que se dispersa por todo o mundo e se reencontra na sua terra natal. Uma história feita de muitas histórias. A histórias dos gémeos Estha e Rahel, nascidos em 1962, por entre notícias de uma guerra perdida. A de sua mãe Ammu, que ama de noite o homem que os filhos amam de dia, e de Velutha, o intocável deus das pequenas coisas. A da avó Mammachi, a matriarca cujo corpo guarda cicatrizes da violência de Pappachi. A do tio Chacko, que anseia pela visita da ex-mulher inglesa, Margaret, e da filha de ambos, Sophie Mol. A da sua tia-avó mais nova, Baby Kochamma, resignada a adiar para a eternidade o seu amor terreno pelo Padre Mulligan. Estas são as pequenas histórias de uma família que vive numa época conturbada e de um país cuja essência parece eterna. Onde só as pequenas coisas são ditas e as grandes coisas permanecem por dizer. "O Deus das Pequenos Coisas" é uma apaixonante saga familiar que, pelos seus rasgos de realismo mágico, levou a crítica a comparar Arundhati Roy com Salmon Rushdie e García Márquez. (in Wook)

Estado de Kerala, Índia, durante os anos 60/70, numa altura em que alguns costumes europeus, como cinema ou forma de vestir, começam a misturar-se com costumes e tradições ancestrais, como o sistema de castas com os intocáveis na base da pirâmide e marginalizados pelos ditos "tocáveis".
Nesta história, encontramos três gerações da mesma família que vivem e convivem com esta sociedade que dá os primeiros passos para os novos tempos, mas ainda com uma ligação fortíssima aos velhos tempos.
As vivências e acontecimentos que acabam por entrelaçar a vida e o destino do núcleo central composto pelos gêmeos Estha e Rahel, a mãe Ammu, o amigo e intocável Velutha, a avó Mammachi, o tio Chacko, a prima Sophie Mol, a britânica Margaret e a tia-avó Baby Kochamma.

Ao contrário das práticas seguidas por multidões religiosas em alvoroço ou por exércitos conquistadores em tumulto, naquela manhã, no Coração das Trevas, o pelotão dos polícias Tocáveis actuou com economia e não frenesim. Eficiência, e não anarquia. Responsabilidade, e não histeria. Não lhe arrancaram o cabelo nem o queimaram vivo. Não lhe arrancaram os genitais nem lhos meteram na boca. Não o violaram. Nem decapitaram.
Afinal, não estavam a lutar contra uma epidemia. Estavam apenas a inocular uma comunidade para evitar um surto.
(extracto retirado da pág. 276)

No meio de uma sociedade cheia de tradições e diferentes modos de vida, o enredo fala de amores proibidos, através da peculiar e inexplicável ligação dos gêmeos Estha e Rahel, do relacionamento impossível entre um intocável e um tocável representado pelo amor de Velutha e Ammu, do eterno amor que a tia-avó Baby Kochamma escondeu toda a sua vida em relação ao Reverendo Mullingham ou da história de amor que não vingou entre o tio Chacko e sua britânica Margaret.

Um retrato real de uma sociedade onde podemos encontrar referências à religião, aos modos de vida de um povo que vive com as marginalizações sociais causadas pelas castas ou a violência perpetuada contras as mulheres devido ao seu estado civil ou à sua condição de ser obediente, sem no entanto esquecer o papel das fortes matriarcas que devido a desígnios do destino, como por exemplo a viúvez, acabam por tomar as rédeas das famílias.

Uma escrita onde não faltam figuras de estilo como a metáfora ou a personificação, mas também cheio de frase e pensamentos para reflexão. Se por um lado compreendo que se queira comparar a escrita de Roy com García Márquez, devido ao  realismo mágico, por outro, acho que as semelhanças tendem a ficar por aí.
Não consegui simpatizar com a escrita de Arundhati Roy e foram muitas as vezes que dei por mim a pensar que ela estava a ser muito pretensiosa e a cair, vezes sem conta, no exagero exacerbado e despropositado.

Um livro para ser lido sem ideias pré-concebidas.
(3/5)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mais um Natal que acaba...

e como dizem os mais velhos, teve quase tudo o que precisava para ser muito bom: paz, amor, convívio e muita saúde. Fica sempre a faltar as outras pessoas importantes, com os telefonemas a ajudarem no encurtar das distâncias.
Que venha a passagem do ano...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Today's Mood (Christmas time)


All I want for Christmas is You - Michael Bublé




I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree

I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas
Is you

I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
And I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree

Pensamentos sextafeirianos #186

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Just in case...

Se o mundo acabar, foi um prazer ter vivido estes anos todos e, já agora, boa continuação ao pessoal que conseguiu chegar a Bugarach. Deixei tudo no SVN e podem continuar a partir daí.

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