domingo, 30 de dezembro de 2012

Cafuné

Título original: Cafuné
Género: Romance
Autor: Mário Zambujal
Ano: 2012

Sinopse: Cafuné centra-se na figura de Rodrigo Favinhas Mendes, um bom malandro que não resiste aos encantos femininos e que se torna amigo de um ex-frade, Frei Urbino de Santiago, que acaba por ser o seu conselheiro e zelador espiritual. É que Rodrigo tem um coração gigante onde cabem muitas mulheres bonitas, dispostas a um carinho que ele é incapaz de recusar… (in Wook)

Frei Urbino Santiago é um frade, sujeito a uma educação religiosa muito feroz. Nos dias que correm, vive sozinho após ter abandonado o mosteiro. Rodrigo Favinhas Mendes é um jovem engatatão e que está constantemente a meter-se em sarilhos por causa das mulheres alheias com quem se mete. A fugir de um destes sarilhos, encontra o Frei que convida-o a viver com ele.
Rodrigo Favinhas Mendes não resiste a uma mulher, mas tem um objectivo bem traçado: quer trabalhar, nem que seja por uma semana, na corte da princesa Carlota. Até lá, mulheres como Dália ou Lucrécia farão as delícias do jovem.

- Você gosta mesmo?
- Se gosto? Essa festinha põe-me maluco!
- Cafuné. A gente chama de cafuné.
Rodrigo lembrou-se então das artes de Dália, mestra de cafuné, ignorando que fazia cafuné.
(extracto retirado da pág. 224)

Frei Urbino Santiago representa a castidade e a pureza, o tipo de homem que vira a cara quando vê um decote; Rodrigo Favinhas Mendes é o oposto, um rapaz sem vergonha que não só não tira os olhos do decote como chama a atenção dos outros.

Com a história de Portugal como pano de fundo, através do reinado de D.João IV e toda a sua fuga para o Brasil quando da chegada de Bonaparte, Zambujal tece as histórias de Frei Urbino, Rodrigo Favinhas, aias belas a atrevidas, reis, raínhas e princesas e mulatas brasileiras que também fazem cafuné, mas têm um nome para isso.

Num estilo semelhante ao Crónicas dos Bons Malandros, Zambujal conta não apenas a história de um Frei sem mosteiro e um jovem encantado pelas mulheres, mas também de um reino à beira do colapso e fá-lo através de uma narrativa simples, despretensiosa e cheia de humor.

Embora tenha gostado, continuo a preferir Crónicas dos Bons Malandros.
(3/5)

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