quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Elogio da Madrasta

Título original: Elogio de la madrastra
Género: Romance
Autor: Mario Vargas Llosa
Ano: 1988

Sinopse: Lucrécia e dom Rigoberto vivem em constante felicidade. Ela, uma mulher que acaba de completar 40 anos, nada perdeu da sua elegância e sensualidade; ele, no segundo casamento, descobriu por fim os prazeres da vida conjugal. Juntos, crêem que nada pode afetar esse idílio, cheio de fantasias e de sexo. Alfonso, ou Fonchito, filho de dom Rigoberto, parece ser o único empecilho; ama demais sua mãe, Eloísa, para aceitar a chegada de uma madrasta. Mas até ele acaba por ser conquistado pelos encantos de dona Lucrécia. O amor do menino pela sua madrasta, entretanto, vai muito além do que se esperaria de uma criança, desenhando uma linha ténue entre a paixão e a inocência que mudará o destino de cada um deles.
Elogio da Madrasta é a história de um universo dominado por um triângulo inquietante, que pouco a pouco envolve os leitores na rede de subtil perversidade que une, na plena satisfação dos seus desejos, a sensual Lucrécia, Rigoberto e o filho. (in Wook)

Lucrécia é a esposa de dom Rigoberto e madrasta de Alfonso, mais conhecido por Fonchito, fruto do anterior casamento de Rigoberto com  Eloísa. Nos primeiros tempos, a relação dos três corria sobre feição. Lucrécia e Rigoberto viviam dias felizes e uma sexualidade completa e sem tabús. Alfonso nutria um enorme carinho pela madrasta e esta correspondia-lhe em igual medida. No entanto, Alfonso não é um menino tão inocente como aparenta e acaba por interferir-se da pior forma na relação do pai e da madrasta...

- Vou dizer-te uma coisa que não sabes, madrasta - exclamou Alfonso, com uma luzinha vibrante nas pupilas. - No quado da sala és tu.
Tinha a cara arrebatada e alegre e esperava, com um meio sorriso pícaro, que ela adivinhasse a intenção oculta no que acabava de insinuar.
(extracto retirado da pág. 117)

Nunca é demais dizer o quão impressionante é poder ler obras de autores capazes de pegarem em temas simples e montarem uma história com vida e capaz de cativar o leitor, mantendo-o agarrado ao livro. Nesta obra, o ponto forte são os personagens, representados por uma família pouco convencional e uma empregada, e as interações entre eles.

No quarto de Lucrécia e dom Rigoberto não existem inibições, os prazeres da carne são elevados ao expoente máximo e o acto de satisfazer e deixar-se satisfazer são as únicas regras.
Alfonso, um menino mais "crescido" que a sua idade, é um lobinho em pele de cordeiro e sabe bem como dar a volta aos outros, sempre com a sua disfarçada inocência de criança.

Através da outra paixão de dom Rigoberto e da obsessão de Alfonso pelo austríaco SchielleVargas Llosa, através das gravuras e quadros do pintor que introduzem os capítulos, faz o paralelismo entre o enredo e o erotismo de Lucrécia, em particular, e de todas as mulheres, em geral.
Amor. Paixão. Arte. Erotismo. Romance. Traição. Família. Inocência.

Há uns dias li algures que se alguém quiser ler uma obra erótica que leia Elogio da Madrasta, em vez daquela palhaçada da meia centena de sombras de Grey. Não podia estar mais de acordo.
(4/5)

3 Comentário(s):

Tiago M. Franco 8:14 da tarde, dezembro 13, 2012  

Não li este livro, mas é de um grande autor. A Tia Júlia e o Escrevedor é um dos melhores livros que li até hoje. Deixo aqui o link com a sugestão que fiz da obra:
http://sugestaodeleitura.blogspot.pt/2011/01/tia-julia-e-o-escrevedor-mario-vargas.html

Mary 12:44 da manhã, dezembro 14, 2012  

Tiago M. Franco, também já li A Tia Júlia e o Escrevedor e concordo que é um excelente livro.

Tiago M. Franco 1:20 da tarde, dezembro 14, 2012  

Também já li O Amante de Marguerite Duras. É um livro interesante, mas não tem a qualidade de a Tia Julia e o Escrevedor.

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