terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Crónica dos Bons Malandros

Título original: Crónica dos Bons Malandros
Género: Conto
Autor: Mário Zambujal
Ano: 1980

Sinopse: "Sinto-me sequestrado por estes bons malandros". Aos livros que fui escrevendo, e outros que venha a escrever, não lhes valem possíveis méritos. Mais de trinta anos depois de saltarem à cena, sem outra pretensão do que fazer sorrir circunstanciais leitores, os bons malandros não arredam pé e ganharam a afeição de gerações sucessivas. Nada mais surpreendente, para quem lhes deu vida, esta longevidade que permite divertir jovens de hoje, tal como acontecera com seus pais e mesmo avós. Aqui se apresenta uma nova (e esmerada) edição de um livro que já galgou pelo cinema e pelo teatro e ameaça novos estrondosos cometimentos. Entretanto, o que o autor ambiciona é o mesmo de sempre: proporcionar prazer de leitura a quem se dispõe à descoberta das singulares aventuras destes bons malandros. Se eles vos divertirem, cumprem o seu destino." (in Wook)

Renato, Flávio, Marlene, Pedro, Silvino, Adelaide e Arnaldo são sete malandros que o destino fez questão de unir, em diferentes alturas de suas vidas, depois de terem sofrido algum tipo de rasteira do destino. Sempre a seguir a máxima de nunca usarem armas, os sete levam a vida a cometer "pequenos" delitos, dos quais conseguem sempre desenvencilhar-se com muita destreza, e que não lhes causam problemas a elaborar e/ou executar.
A fasquia sobre quando um italiano chega com uma proposta capaz de render o suficiente e arrumar as suas vidas para sempre. Mas será que assaltar a Calouste Gulbenkian não é dar um passo maior que a perna?

"E armas? Vamos para uma coisa dessas de mãos a abanar?"
"Vamos. Armas, não"
Estava decidido. Assaltariam a Gulbenkian à mão desarmada, golpe de audácia como nunca se vira, nem aqui nem em parte nenhuma. E os audaciosos de que falariam os telejornais seriam eles, Renato e Flávio, Marlene e Adelaide, Pedro, Silvino e Arnaldo, quadrilha seleccionada, encontro de sete vidas depois de muito tombo e aventura.
(extracto retirado da pág. 31)

Este livro foi-me oferecido na compra do Cafuné (que fiquei com muita curiosidade de ler), do mesmo autor, e como já tinha sido lido e recomendado pelo esposo, resolvi pegá-lo primeiro.

A obra pode ser dividida em duas partes: numa primeira parte, Zambujal apresenta-nos os seus "bons malandros", dá-lhes vida, cria-lhes passado, explica como ganharam as suas famosas alcunhas ou nomes de guerra, causa de algumas das inúmeras gargalhadas que soltei durante a leitura, e percorre os caminhos de cada um até se cruzarem com o resto da quadrilha; na segunda, temos o assalto à Gulbenkian propriamente dito, através do acompanhamento dos planos e estratégias, medos e convicções, avanços e recuos, desde o momento que recebem a proposta, passando pela sua execução e desfecho.

Uma história simples, repleta de humor e escrita de forma simples, clara e muito inteligente. Os personagens são cativantes, despretensiosos e provocam empatia devido às suas histórias de vida e à filosofia adoptada pelos membros da quadrilha. A certa altura, dei por mim a torcer por estes bons malandros e a querer que tudo lhes corresse bem.

Não sendo uma obra-prima, leva um quatro estrelas porque acabou por cumprir o prometido e só tenho pena que tenha tão poucas páginas.
(4/5)

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