segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Book@Prata#2

Título: O Tigre Branco, Aravind Adiga.
Sinopse: Romance de estreia, entrou de imediato nas preferências dos críticos, que o classificaram como "uma estreia brilhante e extraordinária". O livro revela uma Índia ainda muito pouco explorada pela ficção, a Índia negra, violenta e exuberante das desigualdades socioculturais. Toda a obra é uma longa carta dirigida ao Primeiro-Ministro chinês, escrita ao longo de sete noites. O autor da carta apresenta-se como o tigre branco do título, e auto-denomina-se um "empreendedor social". Descrevendo a sua notável ascensão de pobre aldeão a empresário e empreendedor social, o autor da carta, Balram, acaba por fazer uma denúncia mordaz das injustiças e peculiaridades da sociedade indiana. Fica assim feito o retrato de uma sociedade brutal, impiedosa, em que as injustiças se perpetuam geração após geração, como uma ladainha que se entoa incessantemente ao ritmo de uma roda de orações. São muito poucos os animais que conseguem abrir um buraco na vedação e escapar ao destino do cárcere eterno. O Tigre Branco é um deles. (in, Wook)

Debaixo do seu candelabro, Balram escreve durante 7 noites uma carta ao Primeiro-Ministro chinês, Wen Jiabao. Seu objectivo é mostrar-lhe uma Índia real, conhecida apenas por aqueles que viveram nela e sofreram na pele os seus problemas e injustiças sociais. Balram irá, através do seu percurso de criado (motorista) a empresário, apresentar a Jiabao as duas faces da Índia: a "escuridão", desconhecida por aqueles que passam pela Índia em turismo, e a "Luz", onde os ricos e poderosos mandam e desmandam. Ninguém melhor que o homem que já viveu dos dois lados da barricada, que lutou e conseguiu sair do "galinheiro", para apresentar a Índia suja, corrupta, oportunista e desprovida de ética.

As primeiras páginas apresentam-nos um escritor sarcástico e com muito sentido de humor. Ironiza com a comunicação social, troça da religião e dos Deuses, usa palavrões e faz piadas com a vida dos políticos, dos patrões ricos e dos criados. Sabemos como começa e termina a história de Balram, mas são os acontecimentos entre estes dois pontos que Aravind Adiga narra através de uma escrita simples, inteligente, divertida, leve, informativa, muito descritiva e bastante envolvente.

Um livro magnífico, não só para quem gosta de culturas orientais e de conhecer culturas e vivências diferentes (como eu).

Outros que também gostaram:
Gostei imenso da forma que ele escolheu para o fazer, com a esperança que estas vozes que se vão levantando possam alterar, de alguma forma, o estado das coisas. By Canochinha, in Estante de Livros.

Escrito de forma dura, cruel, directa, exercendo sobre o leitor um intenso poder, enfeitiçando-o com tiradas cruas dum imenso humor negro, é um livro que incomoda quem lê, tal é a realidade com que deparamos. By Menphis, in Estante de Livros.

Esta obra é deliciosa. A escrita é simples, sem rodeios e de um realismo brutal, capaz de descrever minuciosamente. By Filipe de Arede Nunes, in Biblioteca transmissível.

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