sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Tia Júlia e o Escrevedor

Género: Romance
Título
original: La tía Julia y el escribidor
Autor: Mario Vargas Llosa
Ano: 1977

Sinopse: A Tia Julia e o Escrevedor é um dos livros mais originais de Vargas Llosa. Conta a história de Varguitas, um jovem peruano com ambições literárias que se apaixona por uma tia com quase o dobro da sua idade. Em paralelo a esse romance proibido, na Lima dos anos cinquenta, Varguitas conhece Pedro Camacho, autor excêntrico de radionovelas cujos enredos mirabolantes fascinam os peruanos. As novelas vão muito bem, até ao dia em que Pedro Camacho, sobrecarregado, começa a confundir enredos e personagens. E, ao mesmo tempo, o romance entre Varguitas e a tia Julia é descoberto pela família. Ironia e romance em doses perfeitas, memórias autobiográficas e criação literária magistral fazem deste livro um clássico da literatura contemporânea. (in Wook)

Varguitas, a viver as suas 18 primaveras, frequenta o curso de Direito para agradar os pais e "afina" os textos dos noticiários que passam na rádio Pan-Americana, mas o seu verdadeiro sonho é ser escritor. Num dos seus habituais almoços em casa do tio Lucho, o jovem conhece a sua tia Júlia e deslumbra-se com aquela mulher divorciada e com idade para ser sua mãe.
Com a nova moda das radionovelas, Pedro Camanho, conhecido escritor das ditas, é a mais recente contratação da rádio onde trabalha Varguitas. As histórias escritas pelo bolivíano começam a fazer furor entre os ouvintes.
Camacho é um excêntrico que faz tudo em nome da arte. Varguitas é um jovem a descobrir o amor e capaz de fazer tudo pela sua Júlia.

Em casa, junto do panado, do ovo e do arroz, encontrei outra mensagem: "Telefonou a Julita. Que recebeu as tuas rosas, que são muito lindas, que gostou muito. Que não penses que com as rosas te vais livrar de levá-la ao cinema qualquer dia destes: o avô."

Este livro é composto por várias histórias dentra da história principal. O centro do livro é o próprio Varguitas que leva o leitor a passear pela sua vida: a vivência com os avós, o trabalho na Pan-Americana, os problemas com a escrita, os amigos, os amores e as peripécias e os problemas que um relacionamento com uma mulher com o dobro da sua idade acarretam.
Em paralelo, decorrem as novelas de Camanho, também elas histórias reais com pessoais reais, com os habituais cliffhangers no final de casa capítulo.

É um livo de fácil leitura, muito envolvente e gostei, particularmente, de ser composto por vários enredos completamente diferentes. No entanto, com o avançar da leitura e devido à mistura propositada dos nomes e das histórias, torna-se um bocado complicado seguir a linha de raciocínio do autor.

É um livro sobre livros, escritores, processo criativo e a arte de criar histórias a partir de nada.
Leva um selo de aprovação.

(4/5)

2 Comentário(s):

Tiago M. Franco 7:56 da tarde, janeiro 19, 2011  

Também gostei bastante do livro. Contudo, não concordo que o livro seja de fácil leitura, perde-se algum tempo a ler o que o autor quer dizer nas "entrelinhas", mas para mim, é esse facto que torna o livro tão interessante.

Tiago M. Franco 8:55 da tarde, março 23, 2011  

Sincera,

Julgo que hoje, (dia em que o Pec foi votado no parlamento) Mário Vargas Llosa deve estar triste, é que as novelas de Pedro Camacho comparada com esta novela politica de hoje é péssima. Nem um Nobel teria capacidade para escrever uma novela tão "espectacular", só há um problema, é que publico (todos nós) também participamos na peça.

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