quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Kikia Matcho

Género: Romance
Título
original: Kikia Matcho
Autor: Filinto de Barros
Ano: 2006

Sinopse:
Kikia Matcho, sua primeira obra literária, é, nas palavras do autor, um pequeno exercício de ficção. Nem história, nem sociologia, nem etnologia, nem política, tão-somente uma abordagem que se pretende dinâmica e existencial do processo de síntese sociocultural de um Povo. (in Wook)

A morte de 'N Dingui é o ponto de partida deste livro. Papai e Joana, camarada de luta e companheiro de copos na tasca de Mana Tchambú e sobrinha do falecido, antes de terem conhecimento da tragédia, receberam em suas casas a visita de um mocho com a cara do falecido - um kikia matcho, sinal de azar.
O que se segue são as deligências tomadas tanto por Papai, residente na Guiné, como por Joana, enfermeira a exercer em Portugal, a fim de descobrir afinal o que pretende 'N Dingui depois de morto.

Mana Tchambú conhecia a história de cada um, desiludidos, débeis mentais, que encontraram no álcool o sentido, não da vida, mas da resignação. No passado tiveram algum valor, jogaram algum papel no turbilhão da sociedade emergente no continente. A maior parte tinha acreditado em ideias, valores, etc., tudo quimeras! Comandantes, comissários políticos, embaixadores, Comissários de Estado, milícias, comandos africanos, uma mistura carnavalesca, como carnavalesca tem sido a vida deste pequeno país!

Na presente obra, Filinto de Barros apresenta temas como a magia e o mesticismo do povo africano, através de histórias de espíritos, cerimónias fúnebres (conhecidos como tchoro), má sorte, superstições, etc., o surto de emigrantes para Lisboa, a elevação de Amilcar Cabral a herói nacional e o retrato da sociedade guineense pós independência.

Através de Papai, o autor retrata a vida de um ex-combatente que, abandonado pelas chefias, sente a ingratidão dos mais novos que não são capazes de compreender os sacrifícios que passou na guerra, ao lado de Cabral e tantos outros, pela conquista da independência dos dois países.
Com a história de Joana, Filipe retrata o sofrimento e o racismo que sentiu aqueles que trocaram a vida nas colónias por um passaporte português.

Os combatentes, a luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde e a figura de Amilcar Cabral são temas que tocam-me de forma muito especial.
Gostei.
(3/5)

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