Nação Crioula
Género: Romance
Título original: Nação Crioula
Autor: José Eduardo Agualusa
Ano: 1997
Sinopse:
Nação Crioula conta a história de um amor secreto: a misteriosa ligação entre o aventureiro português Carlos Fradique Mendes - cuja correspondência Eça de Queiroz recolheu - e Ana Olímpia Vaz de Caminha, que, tenha nascido escrava, foi uma das pessoas mais ricas e poderosas de Angola. Nos finais do século XIX, em Luanda, Lisboa, Paris e Rio de Janeiro, misturam-se personalidades históricas do movimento abolicionista, escravos e escravocratas, lutadores de capoeira, pistoleiros a soldo, demiurgos, numa luta mortal por um mundo novo. (in Wook)
Carlos Fradique Mendes, português nascido nos Açores, escreve missivas informativas à madrinha, a Madame de Jouarre, e ao amigo Eça de Queirós e cartas de amor à amada, Ana Olímpia.
Nas ditas correspondências, o português conta sobre as suas aventuras e desventuras em Angola e Brasil, o movimento anti-escravatura, o sofrimento dos escravos, o enorme sentimento que tem pela ex-escrava Ana Olímpia e detalhes sobre a sociedade e vivência nas ex-colónias.
Tivesse eu, como as minhocas, cinco corações, e um estaria em festa, outro apertado de angústia, o terceiro em fúria, o quarto duvidando do mundo e o quinto, simplesmente, ardendo de paixão. No meu único coração todos estes sentimentos se confundem, e assim, violentamente confundidos, produzem em mim uma excitação geral, que não sou capaz de controlar ou sequer definir.
O livro aborda o tema das ex-colónias, em especial sobre Angola, e o abandono a que foram sujeitas. Um retrato sobre a sociedade, a mentalidade de escravos e ex-escravos que não souberam abandonar as senzalas e viver outra vida que não aquela a que estavam habituados e dos homens que fizeram riquezas no transporte de escravos para o Brasil, mesmo depois de ter sido proibido o tráfico de escravos.
É uma leitura simples e cheia de África. Da África de outros tempos, mas que ainda pode ser reconhecida nos mais pequenos detalhes.
Foi a minha estreia com José Eduardo Agualusa e fiquei com mais vontade de o Vendedor de Passados.
Gostei.
2 Comentário(s):
Ainda não li este.
Mas, definitivamente tens que ler "O Vendedor de Passados" e "As mulheres do meu Pai"
São dos melhores livros sobre África que já li. ;)
Patxocas, estou a ver que tenho mesmo de lê-lo. O esposo também já leu o Vendedor de Passados e também adorou. Eu é tenho adiado, adiado, adiado...
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