quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Homem Duplicado

Género: Romance
Título
original: O Homem Duplicado
Autor: José Saramago
Ano: 2002

Sinopse: Tertuliano Máximo Afonso, professor de História no ensino secundário, «vive só e aborrece-se», «esteve casado e não se lembra do que o levou ao matrimónio, divorciou-se e agora não quer nem lembrar-se dos motivos por que se separou», à cadeira de História «vê-a ele desde há muito tempo como uma fadiga sem sentido e um começo sem fim».
Uma noite, em casa, ao rever um filme na televisão, «levantou-se da cadeira, ajoelhou-se diante do televisor, a cara tão perto do ecrã quanto lhe permitia a visão, Sou eu, disse, e outra vez sentiu que se lhe eriçavam os pelos do corpo»...

Depois desta inesperada descoberta, de um homem exactamente igual a si, Tertuliano Máximo Afonso, o que vive só e se aborrece, parte à descoberta desse outro homem. A empolgante história dessa busca, as surpreendentes circunstâncias do encontro, o seu dramático desfecho, constituem o corpo deste novo romance de José Saramago.
O Homem Duplicado é sem dúvida um dos romances mais originais e mais fortes do autor de Memorial do Convento. (in Wook)

Vendo o seu colega sempre cabisbaixo e com ar depressivo, o colega, professor de Matemática, sugere a Tertuliano que assista o filme Quem Porfia Mata Caça. Quando o professor de História entra no videoclub e sai com a referida fita, não fazia a mínima ideia de como este simples acto iria mudar a sua vida.
Tertuliano, ao tomar conhecimento que existe uma pessoa igual a ele, inicia uma investigação, cuja meta é descobrir qual dos dois é a cópia e quem é o original.

(...) depois viu as duas abraçadas, e em vez de gritos, murmúrios, em vez de risos, lágrimas, às vezes perguntamo-nos por que tardou tanto a felicidade a chegar, por que não veio mais cedo, mas se nos aparece de improviso, como neste caso, quando já não a esperávamos, então o mais provável é que não saibamos que fazer, e não é tanto a questão de escolher entre o rir e o chorar, é a secreta angústia de pensar que talvez não consigamos estar à altura.

Este é mais um livro ao bom estilo do Saramago: uma história atípica com pouca pontuação (confesso que, ao contrário de muitas pessoas, não me causa nenhum desconforto).
O enredo deste livro é de uma originalidade notável e o final, apesar de ter-me deixado com água na boca, é surpreendente e imprevisível.
Os personagens são genuínos e crescem com a narrativa de forma lenta e detalhada, fazendo com que, em certas alturas, seja enfadonho haver tanta explicação e tão permenorizada.
Através da duplicação do personagem principal da presente obra, Saramago aborda, entre outras tema, a identidade humana, a unicidade e os valores morais de cada um.

Mais uma leitura sugerida e, claramente, mais uma aposta ganha.

(4/5)

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