segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dos escritores...

escritor |ô|

s. m.
1. Autor de obras literárias ou científicas (com relação ao estilo, à forma que emprega).
escritor público: literato de profissão.


Não faço ideia se chegam a responder pelo nome de escritor, mas já não tenho paciência para a quantidade de "livros" e "escritores" que surgem das mais trágicas ou estapafúrdias situações.

Pegando nos seguintes exemplos, percebe-se bem a actual facilidade em "escrever" e publicar "livros":
- Sónia Brasão, envolvida num incêndio que ainda não se sabe se foi acidental ou provocado, reergue das cinzas e lança o livro Não Desisto.

- Carlos Cruz, depois de ter sido preso e libertado devido ao seu envolvido no caso Casa Pia, escreve Preso 374. Raquel Rocheta, ex-mulher do Carlos Cruz, achou que toda a gente queria saber como foi a vida dela durante a prisão do marido, vai daí e escreve Sozinha. Como não há duas sem três, Marta Cruz, outra "vítima", envolve-se no negócio da família e escreve As Outras Vítimas.

- Outra incubadora de livros são os blogs (penso que a frase fala por si e não vale a pena enumerar exemplos).

Não sei quanto às outras pessoas, mas a mim faz-me imensa confusão que tudo seja razão para escrever um livro e todos possam ser escritores.

3 Comentário(s):

Dulce 9:54 da manhã, novembro 15, 2011  

Bem visto... hoje em dia qualquer um escreve um livro... ou muitas vezes 'manda escrever' a um escritor fantasma... já para não falar dos jornalistas que dão em romancistas... enfim, há que saber distinguir o trigo do joio.

Mary 5:52 da tarde, novembro 15, 2011  

Dulce, é que já não há paciência e, em vez de haver menos, estão é a aparecer cada vez mais "escritores" desses.

Anónimo 3:58 da tarde, novembro 19, 2011  

Acredito que no Caso de Marta Cruz torna-se imperativo este lançamento. Primeiro porque poderemos chamar a Marta escritora (licenciada em comunicação social e jornalismo - tendo por isso estrutura gramatical que suporta a escrita de uma peça literária), segundo porque é importante que a sociedade perceba os malefícios de um julgamento familiar quando o arguído é apenas Carlos Cruz.
Não existe vendas ou dinheiro que possa repor o sofrimento e castração sofridos por esta jovem promissora.

Se um livro pode conter fantasia, é na realidade que encontra um forte elo com o leitor.

Talvez Portugal seja pequeno demais para albergar tantos títulos, mas, se eles existem é porque o público os consome.

Criticar livros de relatos reais não é por si só algo didático mas um reconhecer a existência de ideias pré concebidas, julgando negativamente as pessoas que sofren no dia a dia danos colaterais.

Considero o livro "As outras Vítimas" (o qual já tive oportunidade de ler) mais do que uma obra literária um alerta para o que pode acontecer a qualquer um de nós sem aviso....a destruição de uma vida!

Muito sucesso a esta jovem em seu excelente livro e a uma escrita estruturada e eficiente.

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