terça-feira, 29 de abril de 2014

Os profissionais de sáude não têm paciência para os utentes...*

... principalmente para os pais de primeira viagem.

Na consulta de 1 mês da Matilde, os profissionais do centro de saúde acham que a menina tem peso a mais e temos de ouvir o discurso que a obesidade é algo que deve preocupar os pais desde os primeiros meses. Ao tentar explicar como está a ser feita a amamentação (percebi que estava a dar a mais porque para além de alimentar, as mamas estavam a servir de conforto para as horas mais difíceis), a enfermeira interrompe-me, não me deixa terminar as frases e, pior, tira as suas conclusões de partes isoladas do meu discurso. A certa altura, sinto que não vale a pena estar a falar porque ela já fez o seu juízo de valores e não está aí para ajudar-me.
Temos é de fazer com que a miúda coma menos senão, na próxima consulta, levamos porrada.

Na consulta seguinte, o cenário é completamente diferente. Desta vez, a balança mostra que a menina ganhou pouco peso (oh, diabo). Mais uma vez sinto-me em frente ao juíz a justificar os meus erros: mama de 2 em duas horas, mama até largar a mama e só não mama durante as 6 ou 7 horas que está a dormir à noite. Primeira conclusão da enfermeira: têm de dar leite adaptado à miúda (não tive reacção, mas pensei para mim: se ela mama até não querer mais, porque raio é preciso outro leite?). Fiquei chocada. É lógico que como mãe farei sempre o que for melhor para a minha filha, mas o facto de terem sugerido logo a solução mais fácil sem se tentar perceber a causa ou formas de melhorar a amamentação, deixou-me muito incomodada. Quiz ouvir da boca da enfermeira o que ela achava e oiço que se calhar era o leite que estava fraco (sim, ela usou mesmo a expressão leite fraco). Sugiro à enfermeira extraír leite para perceber se havia suficiente. Ela concorda e manda-me voltar 3 dias depois para ver como estava o peso.

Chego a casa e vou à internet procurar soluções. Percebo que alguns bebés, por serem mais pachorrentos, largam a mama quando estão satisfeitos e que isso não significa que tenham comido suficiente, por isso, pode-se esperar um pouco e oferecê-los a mama de novo. Coloco alguns dos conselhos em prática e ela engorda 180gr em 3 dias (com o mesmo leite fraco do último mês).
No dia 3 de Abril voltamos à pesagem que mostra que ela não teve um aumento tão significativo. As enfermeiras conferenciam entre elas e chegam à conclusão que a oscilação de peso pode ser algo da miúda, não sem antes ter ouvido "ah, esta é a mãe que não quer dar leite adaptado". Não consigo ficar calada e digo: "farei sempre o que for melhor para a minha filha e os meus comentários tiveram única e exclusivamente o objectivo de tentar perceber qual o problema antes de partir para o leite adaptado". Uma das enfermeiras sugere tomar Promil para ajudar a ter mais leite e, caso perceba que ela tenha ficado com fome, oferecer leite adaptado nas mamadas do final do dia (quando sinto que tenho menos leite). Tem sido um suplício e só hoje é que acabou por beber 60ml.

Amanhã vamos pesar novamente e estou para ver o que acontecerá. As pessoas dizem que ela está grande (eu sei que está) e a crescer bem, mas sinto que o peso dela nunca será ideial para os profissionais no centro de sáude e que vão estar sempre a apontar-nos o dedo por esta ou aquela razão. Não custava nada serem mais sensíveis e tratarem estes assuntos com mais tacto, principalmente com pais que estão a passar por esta experiências pela primeira vez.

(*) - lógico de deve haver excepções à regra.

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