O Aroma das Especiarias
Título original: Peaches for Monsieur le Curé
Género: Romance
Autor: Joanne Harris
Ano: 2012
Sinopse: Vianne Rocher recebe uma estranha carta. A mão do destino parece estar a empurrá-la de volta a Lansquenet-sur-Tannes, a aldeia de Chocolate, onde decidira nunca mais voltar. Passaram já 8 anos mas as memórias da sua mágica chocolataria La Céleste Praline são ainda intensas.
A viver tranquilamente em Paris com o seu grande amor, Roux, e as duas filhas, Vianne quebra a promessa que fizera a si própria e decide visitar a aldeia no Sul de França. À primeira vista, tudo parece igual. As ruas de calçada, as pequenas lojas e casinhas pitorescas… Mas Vianne pressente que algo se agita por detrás daquela aparente serenidade. O ar está impregnado dos aromas exóticos das especiarias e do chá de menta.
Mulheres vestidas de negro passam fugazes nas vielas. Os ventos do Ramadão trouxeram consigo uma comunidade muçulmana e, com ela, a tão temida mudança. Mas é com a chegada de uma misteriosa mulher, velada e acompanhada pela filha, que as tensões no seio da pequena comunidade aumentam. E Vianne percebe que a sua estadia não vai ser tão curta quanto pensava. A sua magia é mais necessária do que nunca! (in Wook)
Em Paris, Vianne Rocher vive dias de calmaria e tranquilidade ao lado do marido Roux e das filhas Anouk e Rosette, mas esta situação está prestes a mudar devido à sua ligação a Lansquenet-sur-Tannes e a Armande. Quando Vienne recebe uma carta da já desaparecida amiga, a chocolateira não pensa duas vezes e parte, fazendo-se acompanhar pelas filhas, para uma curta visita ao lugar onde viveu alguns dos melhores anos da sua vida. Que encontrará Vianne à sua espera em Lansquenet-sur-Tannes? Que fazer com os fantasmas e as desavenças do passado? Quanto tempo Vianne pode ficar longe de Paris e de Roux?
Tentei não pensar no que a Inès tinha dito. Uma criança vê uma avezinha a cair do ninho. Pega nela e leva-a para casa. Uma de duas coisas acontece a seguir. A avezinha bebé morre quase de imediato; ou sobrevive um ou dois dias e a criança leva-a de volta aos pais. Mas o cheiro a seres humanos está agora nela e a família rejeita-a. Morre à fome ou um gato mata-a ou as outras aves matam-na à bicada. Com sorte, a criança nunca saberá.
Passados todos estes anos, não fosse a comunidade muçulmana instalada em Les Marauds, Vianne teria encontrado Lansquenet quase na mesma. As vidas dos habitantes desta pequena localidade pouco ou nada mudaram. As beatas continuam a frequentar a missa e a meterem-se na vida dos outros e alguns locais continuam a julgar e colocar de lado as pessoas de "fora".
Vianne está em Lansquenet para ajudar o padre Francis Reynard a resolver os conflitos e problemas que a sua paróquia tem vindo a ter com a comunidade muçulmana. Habituada a combinar personalidade com chocolate, Vianne vai "intrometer-se" na vida das pessoas das duas comunidades e acaba por desvendar segredos familiares com graves consequências para ambas as comunidades.
Com esta viagem de regresso de Vianne a Lansquenet, Joanne Harris aproveita não só para revisitar e acompanhar o crescimento de personagens que nos são familiares, tais como: Francis, Anouk, Josephine, Caroline, Luc, etc., mas também para levar-nos numa viagem aos mais incompreensíveis costumes e tradições das familias muçulmanas, representado nesta obra maioritariamente pelo período do ramadão, numa luta entre aqueles que tentam adaptar-se à idade moderna e os que preferem manter-se "agarrados" ao passado.
A escrita é simples, a leitura muito fluída e o enredo estimulante e viciante. A narração dos capítulos continua a ser alternada entre Vianne e Francis e, a meu ver, a autora conseguiu criar um enredo com algum suspense e um desfecho inesperado.
Apesar de não ter lido o segundo livro, Sapatos de Rebuçado, não senti que tivesse feito diferença para a presente leitura.
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