domingo, 22 de maio de 2011

O Perfume

Título original: Das Parfum, die Geschichte eines Mörders
Género: Romance
Autor: Patrick Süskind
Ano: 1985

Sinopse: Esta estranha história passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades. O protagonista é um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele - nascido no meio dos nauseabundos odores de um mercado de rua - uma alquímica busca do Absoluto. O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o Belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui no entanto uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor. (in Wook)

Jean-Baptiste Grenouille nasceu no mais fétido dos sítios e dono de um alfato sem igual. Depois de ter sido abandonado pela mãe, o menino passaria os primeiros tempos a saltar de ama de leite em ama de leite e de orfanatos em orfanatos. Todos o temiam porque ele não tinha cheiro - o cheiro tão próprio dos bebés. Com o passar do tempo, a habilidade que permitia-lhe distinguir os mais variados cheiros da natureza, pessoas e sítios, transformara-se numa pesada cruz e o facto de não ter cheiro, fazia dele um fantasma nos sítios por onde passava.
Mas é a entrada numa perfumaria e a desenfreada procura do perfume ideial que levariam Jean-Baptiste Grenouille a fazer parte de uma história com contornos macabros.

A atmosfera pesava com o suor adocicado do gozo e transbordava de gritos, gemidos e grunhidos das dez mil bestas humanas. Era infernal.
Os cheiros. A descrição permenorizada dos cheiros maus, como mercado de peixes onde nasce Grenouille, ou dos mais variados aromas da perfomaria de Baldini, é, sem dúvida, um dos pontos altos desta leitura.

O enredo. A improvável e inimaginável história de um menino marginalizado por todos e que escolhe o pior dos caminhos para o seu triunfo pessoal, levando o leitor, em algum ponto da história, a compreender ou até mesmo a simpatizar-se com os seus actos hediondos e desumanos.

A escrita. Simples, envolvente, clara, perturbadora, com algum suspense e um fim não expectável.
Sem dúvida, uma boa leitura.
(4/5)

2 Comentário(s):

Tiago M. Franco 2:00 da tarde, maio 23, 2011  

Também gostei da obra. É impressionante como nós, tratando-se a personagem de ser um assassino, vamos ganhando compaixão pela personagem

Mary 2:45 da tarde, maio 23, 2011  

Tiago, acho que o mérito é do autor que apresenta-nos o caso de forma a ficarmos "apanhados" pela personagem.

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