quinta-feira, 5 de maio de 2011

As Noites das Mil e Uma Noites

Título original: Layali alf layla
Género: Romance
Autor: Naguib Mahfouz
Ano: 1982

Sinopse: Este romance começa precisamente onde acabam "As Mil e Uma Noites".
O sultão, depois de ter ouvido, durante quase três anos, as histórias de Xerazade, decide casar-se com ela. Todos crêem que, graças à sua habilidade como contadora de histórias, Xerazade salvou a vida e semeou o amor e a piedade no coração do sultão, pelo que, daí por diante, a paz e a harmonia reinarão no país.
Contudo, a mudança foi apenas superficial e o sultão, afinal, continuou a desconhecer a compaixão, o amor e a justiça, mantendo-se um homem poderoso, mas sem consciência. Como elevar a sua alma e ressuscitar-lhe a consciência? Só através de uma série de acontecimentos dilacerantes que lhe ensinarão o verdadeiro sentido do poder... Em As Noites das Mil e Uma Noites, toda a narração é uma alegoria rica de magia, de pormenores, do fantástico mundo árabe antigo e contemporâneo, com todos os seus conflitos políticos e religiosos.
Nas próprias palavras do grande autor egípcio, As Noites das Mil e Uma Noites "é do mais importante que escrevi em toda a minha vida; nele se misturam a tradição com a modernidade, a realidade com a lenda". (in Wook)

Após ter-lhe contado as suas famosas histórias, o Sultão torna-se num homem diferente, poupa Xerazade de uma morte certa e acaba casando-se com ela. Todos afirmam que a mulher salvou o Sultão.
No resto do reino, começam a acontecer coisas estranhas e os finais de dia são passados no Emires, com cada interviniente a fazer uma nálise própria dos últimos acontecimentos.
Mistura-se política com génios, corruptos com feiticeiros, deuses com pecadores, sonhadores com sonhos e o resultado é uma história que apela à imaginação.

- A quem é humilde - disse depois -, Deus eleva o seu valor e aquele que se exalta Deus humilha perante os Seus servos.
O livro tem uma forte componente de fantasia, onde o leitor é levado a conviver com génios e desejos. Não faltam referências religiosas, citações e pensamentos filosóficas.
Pequenas histórias dentro de uma grande história.

Embora tenha gostado do enredo, foi muito complicado acompanhar todos os personagens e as suas histórias.
Torna-se difícil criar relações com personagens cujos nomes, como Abdullah al-Balkhi ou Abbas al-Khaligi, não são familiares e parecem ser todos iguais. O desastre total foi evitado com designações criadas pelo autor para identificar os personagens, de que são exemplos: o governador do bairro ou o barbeiro.

O livro não tem muitas páginas e, apesar do problema com os nomes, lê-se bem, sem ter sido, no entanto, uma leitura muito estimulante.
(3/5)

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