sábado, 14 de agosto de 2010

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol

Género: Romance

Título original: South of the Border, West of the Sun
Autor: Haruki Murakami

Sinopse: Na primeira semana do primeiro mês do primeiro ano da segunda metade do século XX, ao protagonista, que também faz as vezes de narrador, é dado o nome de Hajime, que significa «início». Filho único de uma normal família japonesa, Hajime vive numa província um pouco sonolenta, como normalmente todas as províncias o são. Nos seus tempos de rapazinho faz amizade com Shimamoto, também ela filha única e rapariga brilhante na escola, com quem reparte interesses pela leitura e pela música. Juntos, têm por hábito escutar a colecção de discos do pai dela, sobretudo «South of the Border, West of the Sun», tema de Nat King Cole que dá título ao romance.
Mas o destino faz com que os dois companheiros de escola sejam obrigados a separar-se. Os anos passam, Hajime segue a sua vida. A lembrança de Shimamoto, porém, permanece viva, tanto como aquilo que poderia ter sido como aquilo que não foi. De um dia para o outro, vinte anos mais tarde, Shimamoto reaparece certa noite na vida de Hajime. Para além de ser uma mulher de grande beleza e rara intensidade, a sua simples presença encontra-se envolta em mistério. Da noite para o dia, Hajime vê-se catapultado para o passado, colocando tudo o que tem, todo o seu presente em risco. (in Wook)

Hajime e Shimamoto conhecem-se e travam amizade. Por serem filhos únicos, ambos sentiam-se postos de parte e Shimamoto, apesar de ser uma menina muito bonita, tinha um defeito na perna que lhe provocava um andar diferente. Nunca se sentiu integrada na escola e nunca teve um amigo. Os dois partilhavam o amor pelos livros e pela música e passavam imenso tempo a ouvir os discos de vinil do pai da Shimamoto.
No entanto, a amizade das duas crianças seria interrompida pela mudança de Hajime para outra escola. Este nunca esqueceu Shimamoto.
Ele termina a escola, vai para a universidade, casa-se, tem 2 filhas e é dono de dois bares de música jazz. Passados estes anos todos, Shimamoto reaparece na vida de Hajime. E agora?
No mundo em que cresci, ser filho único era sinónimo de uma criança a quem os pais faziam as vontades, tudo crianças enfermiças e egoístas. (…) Detestava com toda a força da minha alma que me perguntassem quantos irmãos e irmãs tinha. Mal ouviam a minha resposta a dizer que não tinha, pensavam, acto contínuo: "Com que então, filho único? Estragado pelos pais, fraco e egoísta até dizer chega, quase aposto." Mas confesso que mais deprimido e ofendido ficava pelo facto das ditas palavras corresponderem à verdade: com efeito, durante toda a minha infância essas ideias feitas revelaram-se absolutamente certeiras.
Se pudesse descrever o livro numa palavra seria cativante. Desde o momento que o peguei para ler (no continente do Vasco da Gama, na semana que estive a trabalhar em Lisboa, porque tinha terminado o outro livro que levei) que não o consegui por de parte. Dava por mim a pensar o que aconteceu à Shimamoto e, depois dela aparecer, só queria saber como terminaria a história dela com Hajime. Gostei pouco do fim e deve-se, em grande parte, ao facto de ter ficado com a sensação que ficaram algumas coisas por esclarecer.

A escrita é inteligente, divertida, com excelentes diálogos e pitadas de sarcasmo. Através das palavras de Hajime, o leitor sente compaixão por ele, partilha as suas alegrias e sofre com o seu desespero. Murakami, através da vida e das diversas decisões dos personagens da história, deixa o leitor a reflectir sobre coisas que merecem a nossa atenção, sobre a ideia do que poderia ter sido e a possibilidade do talvez.

Este é o primeiro livro do Haruki Murakami que leio e gostei. Confesso que estava à espera de mais, mas, segundo alguns críticos e leitores, este não é um dos seus mellhores livros.
Fiquei com vontade de ler outro, só ainda não sei qual.

1 Comentário(s):

Anónimo 10:32 da manhã, agosto 22, 2010  

Lê Kafka à beira mar...

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