Matilde e as cólicas
Escrever um texto sobre as cólicas (ou aquilo que nós entendemos como cólicas) da nossa filha é também escrever sobre como o espinafre entrou nas nossas vidas e passou a fazer parte da nossa dieta aliementar.
Quando o assunto é bebés todos têm uma ideia/teoria ou conhecem "a" forma milagrosa de resolver os problemas. De entre sugestões mais conhecidas como "fazer massagem" ou "virar a bebé de barriga para baixo", eis que aparece, de fininho, o culto do espinafre. A reacção é unânime. Os presentes nunca tinham ouvido falar em tal milagre. A avodrinha (madrinha do pai) da pequena, assente sobre a sua experência de mãe, advoga a favor do espinafre e declara que foi o principal responsável pelo excelente funcionamento do aparelho digestivo do seu petiz.
Eu, capaz de fazer de um tudo para não ver a minha filha naquele sofrimento atroz, disse: tragam os espinafres. Assim começou o desfile: esparregados, salteados, crus em salada, na sopa, com bacalhau, etc.
Os sogros, que já tinham espinafres na estufa, reforçaram a plantação e a minha casa passou a ser invadida, semanalmente, por sacos e sacos da iguaria preferida do popeye. As receitas multiplicavam-se e o congelador acabou por ser a salvação de muitos espinafres. Agora comemos menos, mas continua a aparecer esporadicamente nos nossos menus semanais.
Se resultou? Não faço ideia, mas a verdade é que uma mãe é capaz de fazer tudo (por tudo entenda-se coisas que achamos razoáveis), para não ver um filho a sofrer e se esse tudo é comer espinafres, que venham eles.
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