quinta-feira, 22 de maio de 2014

Goodbye, pavlik harness!

Doze semanas depois, mandámos o senhor pavlik embora com a garantia que não sentiremos saudades.

Aparelho que serve para "curar" uma malformação designada por
luxação congénita da anca
Na consulta do primeiro mês, depois do pediatra observar a Matilde e saber que foi uma bebé pélvica, aconselhou-nos a consultar um ortopedista pediátrico para fazer a despistagem de uma possível luxação da anca. Luxação? Sim, é uma malformação mais frequente em meninas e bebés pélvicos: a Matilde cumpria os dois requisitos.

Arranjámos consulta no gurú cá da zona (aparentemente tudo que está relacionado com ortopedia infantil vai parar ao consultório dele) e, à hora marcada, aparecemos no consultório. Criança despida, eco à perna esquerda, eco à perna perna direita e o diagnóstico é uma ligeira luxação na anca direita. A menina precisa usar um aparelho, sentenciou o médico. Eu, que não tinha visto nada na internet sobre o assunto, quando ouvi a palavra aparelho, paniquei. Aparelho? Mas assim tão novinha? Ele apresenta o dito cujo, eu que já tinha imaginado o mais cruel dos instrumentos de tortura, não o achei assim tão mau. São apenas fitas com velcros. Durante quanto tempo? No mínimo 3 meses. Oh não!!!!!!!
Enquanto ele aparelha a menina, vai explicando e fazendo as devidas marcações para podermos depois fazer em casa. Ela chora. Ele conversa connosco. Ela grita. Ele aperta mais. Ela grita ainda mais. Marquem consulta para daqui a 2 semanas para afinar, disse o médico. Ela continua a chorar. Adeus e até à próxima.

Com apenas 1 mês e 6 dias limitaram os movimentos à nossa filhota. Vê-la com as perninhas presas e a chorar sem parar foi demais para mim. Não aguentei e chorei com ela no estacionamento. Não calava por nada. Sem pensar que estava num estacionamento, dei-lhe de mamar, sossegou e acabou por adormecer. Não mais chorou por causa do aparelho.

Os primeiros dias foram confusos e muito difíceis. Começámos por refazer o guarda-roupa. Comprar meias altas (não tão fáceis de encontrar) e vestidos compridos e desfazer das calças, sapatos e babygrows (logo eu que adoro ver bebés com babygrows). A afinação da segunda semana correu bem e estava tudo óptimo, segundo os parâmetros do médico. Com o passar das semanas tornámo-nos prós a lidar com o senhor pavlik, não obstante algumas dificuldades nas saídas, em ter que explicar porque ela tem as perninhas abertas ou a trabalheira que era ir ao centro de saúde pesá-la. As semanas foram passando.

Na consulta das 6 semanas (a metade do percurso em tudo correndo bem), as notícias não podiam ser melhores: a evolução estava a ser excelente e, se tudo continuasse assim, seriam precisas "apenas" mais 6 semanas. Enchemo-nos de esperança. Mas também de receio em criar falsas expectativas. As semanas foram passando.

À medida que aproximava a data da próxima consulta, aumentava a minha ansiedade. Se por um lado queria estar optimista, por outro lado estava com medo da desilusão que seria se o médico achasse que seriam precisas mais 6 semanas. Ontem, com 4 meses e 1 dia, a nossa filhota recebeu ordem de soltura e saiu daquele aparelho horrível que manteve as suas perninhas presas durante 12 semanas.

Adeus senhor pavlik e que venham as calças, os macacões, os babygrows, os sapatos e, o mais importante de tudo, a liberdade das perninhas.

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