sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Carteiro de Pablo Neruda

Título original: El cartero de Neruda
Género: Romance
Autor: Antonio Skármeta
Ano: 1985

Sinopse: Mario Jiménez, jovem pescador, decide abandonar o seu ofício para se converter em carteiro da Ilha Negra, onde a única pessoa que recebe e envia correspondência é o poeta Pablo Neruda. Mario admira Neruda e espera pacientemente que algum dia o poeta lhe dedique um livro ou aconteça mais do que uma brevíssima troca de palavras ou o gesto ritual da gorjeta. O seu desejo ver-se-á finalmente realizado e entre os dois vai estabelecer-se uma relação muito peculiar. No entanto, a conturbada atmosfera que se vive no Chile daquela época precipitará um dramático desenlace…
Através de uma história tão original como sedutora, Antonio Skármeta consegue traçar um intenso retrato da convulsa década de setenta no país andino, assim como uma recriação poética da vida de Pablo Neruda. (in Wook)

Como não gostava de ser pescador, Mario Jiménez passava os dias a inventar desculpas para não ir para o mar com o pai. Pressionado pelo pai a arranjar emprego, o rapaz torna-se o carteiro da pequena Ilha Negra, um sítio onde todas as cartas têm apenas um destinatário: o poeta Pablo Neruda.
Com as sucessivas idas do jovem carteiro à casa de Neruda, os dois homens aproximam-se e uma amizade que a princípio parecia impossível nasce entre eles. Poderá uma amizade entre um jovem carteiro e um conceituado poeta, cujas vidas são completamente diferentes, vingar?

- Não há pior droga que o blá-blá. Faz uma teberneira de aldeia sentir-se como uma princesa veneziana. E depois, quando a hora da verdade, o regresso à realidade, reparas que as palavras são cheque sem cobertura. Prefiro mil vezes que um bêbado te apalpe o cú no bar, a que te digam que um sorriso teu vale mais alto que uma mariposa!
Chile. Uma pequena ilha. Um carteiro. Um poeta. Este é o mote para este livro com pouco mais de 100 páginas.

Tendo como base a amizade peculiar entre Jiménez e Neruda, Antonio Skármeta leva-nos a conhecer uma parte do Chile, na figura da pequena Ilha Negra e das pessoas que nela habitam: o jovem carteiro e o pai pescador, o poeta que recebe as cartas, os outros pescadores da ilha, a taberneira e a sua filha, os bêbados que frequentam a taberna, os turitas que visitam a ilha, etc.
A política acaba por assumir um papel importante na vida dos habitantes da ilha, e principalmente na de Jiménez, quando um habitante da ilha é convidado a concorrer para um cargo político.

O enredo é simples e os personagens são únicos e possuem características muito próprias. Não há como passar ao lado dos diálogos da taberneira e a filha, de onde retirei o extracto acima destacado. A poesia e as metáforas, uma constante do livro, são deliciosas e levam-nos a ler, reler e depois parar para reflectir.

O livro é tão pequeno e a história tão curtinha que o fim chega com aquele gosto amargo de querer ter mais páginas para conhecermos melhor Ilha Negra e as suas pessoas.
(3/5)

1 Comentário(s):

Tiago M. Franco 3:36 da tarde, dezembro 10, 2011  

Concordo plenamente com a classificação que deu à obra.
Não é um livro muito profundo, mas que as metáforas têm o poder de fazer-nos pensar.
Quanto a mim é um daqueles livros que dá bastante prazer a sua leitura. Isso, de algum modo, compensa a falta de profundidade do livro.

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