Das coisas parvas...

Carlos Castro foi encontrado morte num hotel em Nova York. Renato Seabra é o principal suspeito.
As televisões mandam acordar os seus reportéres e rumam a Cantanhede com um único objectivo na bagagem: descobrir indícios durante a infância/adolescência do moço que apontavam para este desfecho, aos 21 anos de idade, na cidade que nunca dorme.

As respostas são unânimes. Na rua todos dizem que ele é um bom rapaz, educado, pacato e, vejam lá bem, era tão bonzinho que via as novelas com as irmãs. Os amigos nunca tiveram dúvidas: ele gosta é de gajas, até tem uma namorada e já teve várias no passado. Há um amigo que afirma que o Seabra é tão bonzinho que é melhor que o próprio.

O que estavam à espera de ouvir da boca do povo de Cantanhede? Que o senhor do quiosque afirmasse que o Seabra nunca lhe enganou e que desde criança que olhava para ele e pensava "este miúdo ainda há-de matar um homem e cortar-lhe os tomates"? Que os amigos dissessem que ele namorava com o Carlos Castro? Ou que os familíares mostrassem o action man que ele arrancou os tomates com um saca-rolhas quando tinha 5 anos?

Who cares? Se matou um homem não é o facto de ver novelas da TVI ou gostar de gajas que vai safá-lo.