Género: Romance
Título original: Muher em Branco
Autor: Rodrigo Guedes de Carvalho
Ano: 2006
Sinopse:
Para onde vão os amores que foram um dia?Uma criança desaparece. Estava à guarda do pai. O choque da notícia atira a mãe para um abismo de amnésia. Sem memória, é incapaz de chorar um filho que não sabe que tem. Como podemos continuar a viver se caminhamos vazios. E há um homem que arranja uma amante enquanto visita a mulher no hospital. Ladrões que roubam cinzas de uma morta. Há as maldades desumanas do amor, um sopro pérfido que o diabo sussurra aos ouvidos. Em fundo, a irracional violência do divórcio. A bestialidade das palavras que atiramos uns aos outros como pedras. Uma mulher que espera ainda e sempre, à janela. Porque o coração é um bicho e não ouve. E uma pergunta a que não se ousa responder: Para onde vão os amores que foram um dia? (
in Wook)
Ela recebe a pior das notícias: o seu filho desapareceu quando passava o fim de semana com o ex-marido. O choque da notícia, que recebe via telefone, provoca-lhe a perda da memória e a consequente alienação do mundo real.
Paulo, o pai e o ex-marido, culpa-se e não consegue comprender como aqueles míseros segundos ao telemóvel podem ter-lhe custado o filho.
Como lidar com uma perda que não se conhece ou a culpa de perder um filho?
Porque o coração é um bicho e não ouve.
Este é o segundo livro do Rodrigo Guedes de Carvalho que leio e bem que podia repetir a crítica que escrevi sobre
A Casa Quieta.
A escrita é inteligente e o diálogos são maravilhosos. O enredo é complicado, os personagens únicos e os saltos temporais constantes. Cada personagem narra a sua intervenção na história do desaparecimento da criança e os pensamentos são debitados sem censuras ou revisões.
A juntar a tudo isso, o leitor ainda é levado a presenciar cenas de uma violação com contornos macabros, mas contado de forma objectiva e sem recorrer a lugares comuns para descrever o acto.
Rodrigo Guedes de Carvalho já tinha-me conquistado com
A Casa Quieta e
Mulher em Branco vem assegurar-lhe um lugar cativo na minha estante.