quinta-feira, 17 de maio de 2012

A Hora Má: O Veneno da Madrugada

Título original: La Mala Hora
Género: Romance
Autor: Gabriel Garcí­a Márquez
Ano: 1966

Sinopse: Uma inesquecível fábula da violência colectiva.
A um povoado perdido na América do Sul chegou a hora má dos camponeses, a hora da desgraça. Certo amanhecer, enquanto o Padre Ángel se prepara para celebrar a missa, ouve-se um tiro na aldeia. Um comerciante de gado, informado da infidelidade da mulher por um papel colado na porta da sua casa, acaba de matar o seu presumível amante. É um dos pasquins anónimos cravados durante a madrugada nas portas das casas, que não são panfletos políticos mas apenas denúncias sobre a vida privada dos cidadãos, e que nada revelam que não seja do conhecimento de todos há algum tempo. São os velhos boatos que agora se tornam públicos: traições amorosas e políticas, assassinatos, segredos de família envolvendo filhos bastardos e romances escusos. Todos se sentem atingidos e ameaçados, dos cidadãos mais eminentes aos mais humildes. Todos parecem ter algo a esconder e a revelar. Qualquer habitante pode ser o autor dos bilhetes ou a próxima vítima.
Este romance foi adaptado ao cinema pelo realizador brasileiro Ruy Guerra. (in Wook)

Era uma manhã de Domingo como tantas outras, não fosse a aldeia ter acordado com um tiro que vinha anunciar, alto e em bom som, que os tão indesejados pasquins estavam de regresso. Era do conhecimento geral as consequências devastadoras que adviam da revelação dos segredos desde vergonha, desonras, assassinatos, famílias abandonadas, etc. Cabe ao alcaide, a autoridade corrupta da aldeia, com a ajuda do  juíz, um conhecido mulherengo, a tarefa de engendrar uma estratégia para cortar o mal pela raíz, ou seja, encontrar o autor ou autores dos papéis deixados durante a madrugada.

- Uma garrafa de água mineral - disse.
As garrafas provocaram um pequeno estrondo ao serem remexidas na caixa de gel.
- Um dia destes - disse o comerciante - vão ter de o operar e vão-lhe encontrar o fígado cheiro de borbulhinhas.
Mais um encontro, ainda que muitíssimo breve, com um dos meus autores favoritos. Não foi parar à estantes dos livros favoritos, tendo em conta que soube um bocadinho a pouco e não teve nada a ver com o número de páginas.

Os enredos de Márquez enchem-nos o espírito e são riquíssimos em pensamentos, passagens e citações que são verdadeiras lições de vida. Não deixa de ser maravilhoso constatar que é possível escrever sobre qualquer assunto e fazê-lo de forma inteligente, divertida e instrutiva e é dessa massa que se fazem grandes autores e contadores de histórias.

Um enredo com pesadas críticas à política, representada pelos dirigentes corruptos que mandam e desmandam a seu pelo prazer, à religião, através do padre e da sua longa luta contra os ratos que habitam na igreja, e à sociedade em geral, através dos pasquins e dos "telhados de vidro".
(3/5)

3 Comentário(s):

Tiago M. Franco 8:35 da tarde, maio 30, 2012  

Grande, grande autor. Não li este livro. Para mim o melhor livro de Marquez é Cem Anos de Solidão.

Mary 9:11 da tarde, maio 30, 2012  

Tiago, é o meu autor favorito, mas, apesar de ter adorado "Cem Anos de Solidão", escolho o "Amor em Tempo de Cólera" como o favorito.
:-)

Numa de Letra 11:03 da tarde, julho 23, 2012  

Terminei agora "O Veneno da Madrugada"

http://numadeletra.com/10711.html

Um abraço,
Numa de Letra

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