quinta-feira, 24 de março de 2016

3 telefonemas. 3 estratégias diferentes

Tendo em conta o número de chamadas que tenho recebido a vender, desculpa a oferecer, coisas na última semana (cujos números já se encontram todos bloqueados por isso escusam de continuar a tentar), estou convencida que devo ter colocado o meu número de telemóvel nalgum formulário público.
Da lista de chamadas recebidas e das quais dei alguma trela (mais que só atender e dizer que vou desligar porque estou a trabalhar ou que o dono da casa não está), tenho a destacar as seguintes estratégias usadas pelos operadores:

  • Vou armar-me em parvo e tratar mal a próxima pessoa que atender o telemóvel: o senhor queria saber qual o contrato que tenho actualmente e, quando recusei a dar-lhe a informação, passou-se da cabeça. Então, onde já se viu ligar-me para fazer-me poupar dinheiro e eu recuso a dar-lhe uma informação dessas? "Não estou interessada". "Mas não quer poupar dinheiro?" "Meu senhor, não estou interessada e não estou a gostar da forma como está a falar comigo". "Então porque?" "Porque está a ser desagradável e por isso vou desligar". "Não desligue". "Vou desligar". "Ah, agora sou eu que não estou a gostar da forma como está a falar comigo". "Tanto melhor, desligamos a chamada". "Não desligue". "Com licença". Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
  • Vou armar-se em sedutor, engraçado e usar piadas no meio da nossa conversa: atendo e do outro lado está um senhor com voz de publicidade à Control para os dias dos namorados. É lá (será um Diogo Infante wanna be?). Depois de apresentar os seus produtos e, claro está, a melhor promoção de todos os tempos diz: "Então D. Marisa, mas não é aquela que canta, pois não?". (risos). "Não". O resto foi à base de não estou interessada e também não posso estar muito tempo à conversa consigo. Ao menos foi bem educado.
  • Vou adaptar a minha vida à da pessoa que atender o telemóvel que até pareceremos alma-gêmeas: sozinha em casa com a Matilde, toca o telemóvel e atendo. Matilde canta aos berros. Senhora percebe que está a ligar para uma mãe com um filho pequeno e adapta a oferta do cartão barclays à situação e à forma como ela própria gere o seu orçamento familiar tendo em conta que também é mãe de um miúdo de quase 2 anos e ainda precisa de gastar muito dinheiro em fraldas e coisas para bebés. Não cedo. "Não estou interessada". "Tem aí um(a) cantor(a)". "Pois". "Não tem nada a perder, são só 10 minutos para receber um gestor e ficar a conhecer o produto". Hell no! "Não estou interessada". "Olhe, se tiver de comprar uma televisão, a senhora...". "Já tenho televisão". "Quem diz televisão, diz outras coisas". "Quando preciso de alguma coisa espero para ter dinheiro e só depois comprar". "Sim, eu também, mas com este cartão é diferente." "Não estou interessada". "OK, vou desligar porque não quero estar a ser impertinente. Boa Páscoa para si e para a sua família". Uau.
O estúpido arrogante. O graçolas sedutor. A amiguinha solidária.

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