O Outono do Patriarca
Título original: El otoño del patriarca
Género: Romance Histórico
Autor: Gabriel García Márquez
Ano: 1975
Sinopse: Quando os revolucionários entram no enorme palácio em ruínas encontram o corpo do ditador em decomposição numa emaranhada anarquia onde se misturam o passado e o presente. Um presente já perdido e desfeito, um passado de uma riqueza inimaginável num palácio pejado de ministros, guarda-costas e criados que mantinham o ditador precariamente equilibrado no poder, e também uma imensidão de mulheres e crianças e um sósia cuja perfeição provocava graves crises de identidade em ambos.
A atmosfera é de sonho, mesmo de pesadelo, real, vibrante e sensualmente exacta, ao mesmo tempo vaga e inacreditável.
Um romance extraordinário, uma escrita densa, rica e brilhante por um dos mais originais e dotados escritores do nosso tempo.. (in Wook)
O papel principal deste enredo pertence a um ditador solitário, tirano e autoritário, que é o governante máximo de um país da região do Caribe há tantos anos que até os seus habitantes já lhes perderam as contas. Os acontecimentos são narrados, na sua maioria, a partir da residência do presidente numa atmosfera no mínimo peculiar. Se dar de caras com gabinetes de ministérios ou funcionários da presidência é normal e expectável, o mesmo não se poder dizer em relacção ao conjunto de animais que por lá passeam, como vacas, galinhas e outros pássaros.
Esta é a história de vida e morte de um patriarca sem nome e de quem apenas se sabe a idade aproximada: entre 107 e 232 anos.
(...) nem nas borras do café, nem em nenhum outro meio de averiguação, só naquele espelho de águas premonitórias em que se vira a si próprio morte de morte natural durante o sono no gabinete contíguo à sala de audiências, e vira-se caído de borco no chão como tinha dormindo todas as noites da vida desde o nascimento, com o uniforme de cotim sem insígnias, as polainas, a espora de ouro, o braço direito dobrado debaixo da cabeça, para lhe servir de almofada, e numa idade indefinida entre os cento e sete e os duzentos e trinta e dois anos.
No nosso mundo, tal como o conhecemos nos dias que correm, o país do ditador de quem se fala não existe. No entanto, toda a sua estrutura governamental, baseada num regime ditatorial onde imperam a corrupção, a manipulação, a perseguição, etc., fácilmente encontra correspondentes em países e ou governantes da América Latina.
Através destas poucas linhas, o leitor é levado numa viagem ao fantástico mundo de Gabriel García Márquez, onde não faltam personagens únicos e peculiares sempre confrontados com vivências e experiências improváveis. Desafiando a lógica, mas sempre com uma veia crítica, o autor conta as suas histórias através de personagens singulares e dos enredos mais "estapafúrdios".
A leitura não foi uma tarefa muito fácil devido aos enormíssimos parágrafos, alguns sem sinais de pontuação, onde o leitor tanto podia estar perante a descrição de determinada acção ou lugar, como de um diálogo entre dois personagens.
É o livro do autor que menos gostei.
3 Comentário(s):
Adorei Cem Anos de Solidão
Tiago M. Franco, também gostei, mas o meu favorito de todos os tempo é Amor em Tempo de Cólera.
Ainda não li. Infelizmente é impossivel ler todo aquilo que queremos.
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